terça-feira, 16 de setembro de 2008

O meu diagnóstico, a minha observação

O estágio de observação foi muito interessante, eu diria até espetacular. Faz tempo que não vejo em mim mesma um entusiasmo latente por conta do meu curso. Lembro de ter dito no primeiro dia de aula de Práticas quando numa das atividades respondi seguramente que não queria seguir carreira. Socorro (minha regente) até chamou minha atenção nessa semana de observação, pois afirmei com tanta certeza que não seguiria carreira e, no entanto estava demonstrando grande ‘desenvoltura’ em sala de aula, e que esse pode ser um novo caminho a percorrer. Ultimamente tenho seguido um caminho diferente do que vinha delineando; tenho repensado minhas práticas tanto na vida pessoal quanto na profissional, e nesta, pelo menos nesse estágio, consigo perceber as mudanças e as vantagens de ser professora, pedagoga, educadora... Penso que o grande lance desse estágio foi eu ter pego uma sala cheia de diversidades, e como estou grata por ter encontrado uma sala ativa mas ao mesmo tempo, controlável e fácil de ser trabalhada. Confesso que me apaixonei muito mais pelos casos, digamos, trabalhosos. Entendi que muitas vezes o afeto parte de onde menos esperamos muitas vezes as crianças mais desenvolvidas sócio, econômica e culturalmente podem se mostrar as mais mandonas e egoístas, ao contrário das mais carentes que no fundo só esperam um sorriso, uma brincadeira e um abraço. E quando estamos assim, dispostos a enfrentar a realidade, fica mais fácil tentar encontrar uma forma de mediar o processo de aprendizagem do educando.

Minha História...


Olá, sou estudante do oitavo semestre de Pedagogia na UESB. Confesso que esse nem sempre foi o curso dos meus sonhos e cheguei até aqui porque precisava ingressar na universidade, e devido a questões pessoais, esse foi o curso que eu escolhi. Depois de estar na UESB eu sempre disse que quem quiser ter uma formação profissional que dê dinheiro não faça Pedagogia, mas por outro lado, quem quiser compreender o ser humano melhor e a si mesmo deveria estar nesse curso, pois ele da uma formação pessoal incrível, inquieta seus instintos e ajuda na formação psico-social do ser. Durante os primeiros semestres descobri logo quais seriam as disciplinas que norteariam o meu fazer pedagógico, me enveredei pelas disciplinas ligadas à Psicologia e tudo que pudesse me ajudar a tentar desvendar os mistérios da mente humana, sei que esse não é um curso de Psicologia, mas as fases psicossexual da criança me fascinou desde o primeiro instante, tanto que ministrei com mais dois colegas um mini-curso sobre sexualidade infantil, e também participei de um projeto de extensão sobre práticas pedagógicas reflexivas na educação infantil. Essa participação como bolsista me deu a oportunidade de ingressar na antiga creche da UESB, hoje conhecida como Centro de Convivência Infantil, onde trabalhei por um ano e meio e tive um conhecimento maior do universo infantil, que me ajudou tanto em minha formação profissional quanto nos cuidados com minha filha de quatro anos. Não lembro muito da minha educação infantil, lembro apenas que era uma escolinha particular de bairro que não tinha um método, fui alfabetizada com a famosa cartilha do saber, mas fiu muito bem alfabetizada, sai direto para o ensino público, estudei no IERP durante dez anos e tive grandes aprendizados lá, tanto que passei em meu primeiro vestibular e nunca fiz cursinho algum, posso dizer que tive uma ótima vida escolar.