terça-feira, 7 de outubro de 2008

O Ser Professor

Estamos sempre batendo na mesma tecla: NÃO É FÁCIL SER PROFESSOR! Mas não é por isso que vamos desistir da Educação, bem maior que podemos deixar para nossos filhos, nossas crianças em geral, para nossa nação. Vamos ser sinceros que é mais fácil se acomodar e deixar que o outro faça o pior trabalho, ou melhor, o trabalho que dá mais trabalho, ensinar e educar não são para qualquer um, é para quem tem fibra e estômago, é para quem vai ver criança com fome sem conseguir aprender porque não sabe como pensar em outra coisa que não a comida, crianças que são agressivas por verem seus pais serem agressivos, ou com elas próprias ou com seus irmãos ou uns com os outros até, tantas necessidades enfrentadas pela escola pública e nós continuamos apenas sonhando, um mundo de utopia onde todos vão aprender sim, onde todos vão tirar sempre ‘nota10’(um péssimo conceito de avaliação), repensar a educação é preciso, é necessária uma urgência extrema. Alguns professores sabem alfabetizar, outros não, mas essas e outras tantas deficiências vão continuar até que nos neguemos a fazer o nosso ofício apenas por fazer, ou por medo de perder nosso emprego, por medo do salário não cair na conta no fim do mês, não é fácil abrir mão dos meus desejos em prol do outro, afinal também tenho família, também preciso comer, e o que me importa se tem alguém mais capacitado que eu pra fazer meu trabalho, se eu fui o escolhido? Talvez essa seja uma outra utopia, querer ver a Educação sendo respeitada como merece, sendo levada a sério, sendo posta no seu mais alto escalão e não fazer da nossa profissão um bico, só porque eu não arrumei outro emprego mais legal, mais bacana, não basta culpar o sistema, dizer que nada está bom, que precisa melhorar, se não for meu o primeiro passo, a mudança começa de dentro pra fora, do íntimo, do real querer. No final de tudo só nos resta parabenizar nossos colegas professores que atuam, que tentam fazer a diferença, que assumem que não sabem, mas não esperam uma fórmula pronta pra tentar mudar, na verdade enfrentam suas quarenta ou sessenta horas semanais dentro da sala de aula com o sentimento que muda tudo de cinza para azul, rosa, vermelho, laranja, verde, roxo e amarelo e faz dos seus dias tristes grandes momentos de lindos arco-íris pintados por si junto com seus educandos, para esses profissionais que buscam mudar deixamos o nosso muito obrigada e parabéns.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O meu diagnóstico, a minha observação

O estágio de observação foi muito interessante, eu diria até espetacular. Faz tempo que não vejo em mim mesma um entusiasmo latente por conta do meu curso. Lembro de ter dito no primeiro dia de aula de Práticas quando numa das atividades respondi seguramente que não queria seguir carreira. Socorro (minha regente) até chamou minha atenção nessa semana de observação, pois afirmei com tanta certeza que não seguiria carreira e, no entanto estava demonstrando grande ‘desenvoltura’ em sala de aula, e que esse pode ser um novo caminho a percorrer. Ultimamente tenho seguido um caminho diferente do que vinha delineando; tenho repensado minhas práticas tanto na vida pessoal quanto na profissional, e nesta, pelo menos nesse estágio, consigo perceber as mudanças e as vantagens de ser professora, pedagoga, educadora... Penso que o grande lance desse estágio foi eu ter pego uma sala cheia de diversidades, e como estou grata por ter encontrado uma sala ativa mas ao mesmo tempo, controlável e fácil de ser trabalhada. Confesso que me apaixonei muito mais pelos casos, digamos, trabalhosos. Entendi que muitas vezes o afeto parte de onde menos esperamos muitas vezes as crianças mais desenvolvidas sócio, econômica e culturalmente podem se mostrar as mais mandonas e egoístas, ao contrário das mais carentes que no fundo só esperam um sorriso, uma brincadeira e um abraço. E quando estamos assim, dispostos a enfrentar a realidade, fica mais fácil tentar encontrar uma forma de mediar o processo de aprendizagem do educando.

Minha História...


Olá, sou estudante do oitavo semestre de Pedagogia na UESB. Confesso que esse nem sempre foi o curso dos meus sonhos e cheguei até aqui porque precisava ingressar na universidade, e devido a questões pessoais, esse foi o curso que eu escolhi. Depois de estar na UESB eu sempre disse que quem quiser ter uma formação profissional que dê dinheiro não faça Pedagogia, mas por outro lado, quem quiser compreender o ser humano melhor e a si mesmo deveria estar nesse curso, pois ele da uma formação pessoal incrível, inquieta seus instintos e ajuda na formação psico-social do ser. Durante os primeiros semestres descobri logo quais seriam as disciplinas que norteariam o meu fazer pedagógico, me enveredei pelas disciplinas ligadas à Psicologia e tudo que pudesse me ajudar a tentar desvendar os mistérios da mente humana, sei que esse não é um curso de Psicologia, mas as fases psicossexual da criança me fascinou desde o primeiro instante, tanto que ministrei com mais dois colegas um mini-curso sobre sexualidade infantil, e também participei de um projeto de extensão sobre práticas pedagógicas reflexivas na educação infantil. Essa participação como bolsista me deu a oportunidade de ingressar na antiga creche da UESB, hoje conhecida como Centro de Convivência Infantil, onde trabalhei por um ano e meio e tive um conhecimento maior do universo infantil, que me ajudou tanto em minha formação profissional quanto nos cuidados com minha filha de quatro anos. Não lembro muito da minha educação infantil, lembro apenas que era uma escolinha particular de bairro que não tinha um método, fui alfabetizada com a famosa cartilha do saber, mas fiu muito bem alfabetizada, sai direto para o ensino público, estudei no IERP durante dez anos e tive grandes aprendizados lá, tanto que passei em meu primeiro vestibular e nunca fiz cursinho algum, posso dizer que tive uma ótima vida escolar.